Santa Clara do Sul – “Esse espaço será muito importante para estimularmos a saúde no nosso município”. A frase do jovem Leandro Buche, 14 anos, resume a inauguração da Feira de Agricultores Agroecologistas de Santa Clara do Sul realizada no sábado, 4 de agosto, junto ao ginásio municipal.
Morador de Alto Arroio Alegre, Leandro fez questão de acompanhar o seu pai, Auri, que é um dos 17 produtores em transição ao modelo orgânico que irão expor produtores sem agrotóxicos todos os sábados, das 9h às 13h, no ginásio municipal localizado no centro da cidade. Na feira são vendidos legumes, verduras, frutas, pães, cucas, biscoitos, roscas, rapaduras, melado, flores e artesanato.
De acordo com o secretário de Infraestrutura, Edson Mallmann, a feira é uma etapa importante do programa Santa Clara Mais Saudável, desenvolvido no município desde junho de 2017. “Ao oferecer alimentos sem fertilizantes artificiais estaremos cuidando dos idosos, dos adultos, dos jovens, mas principalmente das crianças, que são o futuro de Santa Clara do Sul”, destacou.
O engenheiro agrônomo do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa) e representante da Rede Ecovida de Agroecologia, Lauderson Holz, enalteceu a iniciativa do governo municipal em desenvolver um programa que valoriza a qualidade de vida e a sustentabilidade. “Em todos os lugares que visito tenho divulgado o projeto feito em Santa Clara do Sul. Que bom seria se mais municípios seguissem esse exemplo”, reforçou.
Presidente da Emater/RS, Iberê Orsi ressaltou o orgulho de ver a instituição fazendo parte de uma política pública tão importante e que pode contribuir, inclusive, para a ocorrência de casos de sucessão rural. “Aqui temos um exemplo de produção sustentável e que toma por base três frentes: a da agroecologia, a da responsabilidade social e a da renda”, frisou.
Segundo o prefeito Paulo Kohlrausch, mais do que um local de venda, a feira será um ponto de encontro da comunidade, de conscientização quanto ao consumo de alimentos saudáveis e de valorização da agricultura local. “Isso sim é auxiliar o pequeno produtor do município. Também estaremos garantindo mais uma opção de sucessão rural. E o melhor de tudo, sem agredir a natureza”, observa. Segundo o prefeito, a intenção é promover a saúde e a qualidade de vida, de forma sustentável, com geração de renda e respeito ao meio ambiente.
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Atualmente, 50% da merenda consumida na rede municipal de ensino já tem origem orgânica. Também é feito o trabalho de certificação nas propriedades dos agricultores aderentes ao programa para que futuramente recebam o selo de produção agroecológica, por meio do sistema participativo. E após esse processo, serão credenciados legalmente como produtores de orgânicos.
Fotos Rafael Simonis
